Como reaproveitar comida

É muito complicado conseguir cozinhar a quantia exata de comida para que todos fiquem satisfeitos e não sobrar nada. Além de que, temos a cultura de que é feio, indelicado, faltar comida na mesa. E nesse medo acabamos por sempre preparar uma quantidade de alimentos para dar e sobrar. Mas e o que fazer com as sobras? Elas se tornam um problema uma vez que ninguém gosta de jogar comida no lixo. Qual a solução? A palavra da vez é R-E-A-P-R-O-V-E-I-T-A-M-E-N-T-O.

Nosso país é o quarto maior produtor mundial de alimentos e, por isso, produzimos 25% a mais do que necessitamos para alimentar toda a população. Dados da Embrapa mostram que cerca de 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano vão parar no lixo. Isso significa que todos os dias, nós brasileiros, cada qual com a sua parcela de culpa, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas de comida que dava para matar a fome de 19 milhões de pessoas.

O Instituto Akatu explica como se dá tamanho desperdício. Cerca de 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva, da seguinte maneira:

  • 20% na colheita
  • 8% no transporte e armazenamento
  • 15% na indústria de processamento
  • 1% no varejo
  • 20% no processamento culinário e hábitos alimentares

Ou seja, pelo menos 20% do problema está em nossas mãos com o desperdício de alimentos que não controlamos em nossas casas. Então vamos logo ao que interessa.

Podemos evitar esse problema de duas formas muito simples e baratas. Com o reaproveitamento de comida e com o que se chama de “aproveitamento integral de alimentos”. Este último consiste na utilização de partes de alimentos que normalmente são desprezadas pelos cozinheiros. As cascas de frutas, entrecascas, sementes, miúdos de animais, folhas e talos de legumes que, além de saborosíssimos, concentram a maior parte dos nutrientes.

E as sobras dos alimentos consumidos nas refeições também podem ganhar um destino bem mais interessante do que o lixo. A maioria dos restos de alimentos, desde que não estejam estragados, podem ser reaproveitados em deliciosas receitas bem práticas de fazer.

Veja exemplos de sobras de comidas que podem se transformar em outros pratos:

Arroz = bolinhos, risotos e arroz de forno
Feijão = tutu,  feijão tropeiro, virado e bolinhos
Macarrão = saladas e mistura com ovos batidos
Carne assada = croquetes, “arroz sujo”, refogado com cebolas, aproveitado em omelete, tortas, molhos, sopas e recheios
Carne moída = croquetes, recheio de panqueca e tortas salgadas
Hortaliças = sopas, farofas, purês e panquecas
Peixes = pirão, suflê, risotos e tortas salgadas
Frango = tortas, pizzas, suflês, risoto e tortas salgadas
Pão = pudins, torradas, farinha de rosca, tortas, lasanhas e rabanada
Frutas maduras = doces, sucos, vitaminas, geleias e bolos
Leite coalhado = doce de leite e bolos

E dá para usar a criatividade sem medo de ser feliz. O simples gesto de unir algumas sobras pode virar um prato muito delicioso. A dica é ter cuidado no modo de aquecer a comida para não ficar com uma aparência desagradável, de “mexidão”. Nada contra mexidões, mas eles, geralmente, desconfiguram o aspecto original dos alimentos. Lembre-se que também comemos com os olhos.

Agora é hora de partir para a prática. A parte mais gostosa!! Anota aí essas receitas da vovó e arrase na cozinha. Por que a partir de agora “nada se perde, tudo se transforma”.

Lasanha de Pão

Ingredientes

½ pacote de pão de forma
1 caixinha de creme de leite
1 lata de molho de tomate
150 gramas de queijo
150 gramas de presunto

Modo de Preparo

Misture o creme de leite com o molho de tomate e comece a montagem. Primeiro molhe o fundo a assadeira (de preferência de vidro) com um pouco da mistura acima. Depois coloque uma camada de pão e acima dele acrescente uma camada de molho (para molhar o pão). Adicione uma camada de presunto e outra de queijo. Coloque mais uma camada de pão e outra com o restante do molho. Finalize com uma camada de queijo. Coloque no forno para assar até derreter todo o queijo.

Nhoque de Pão

Ingredientes

3 colheres de sopa de farinha de trigo
1 litro de leite
2 ovos
6 unidades de pão francês amanhecido
Pimenta-do-reino a gosto
Sal a gosto

Modo de Preparo

Corte os pães e deixe de molho no leite por uma hora, para empapar bem. Após, esprema bem e, se quiser, passe por uma peneira. Tempere. Junte os ovos e a farinha, misturando bem. Estique, corte como nhoque e cozinhe em água fervente. Quando subirem, retire e escorra. Use o molho de sua preferência.

Bolinho de casca de batata

Ingredientes

2 xícaras de casca de batata cozidas e batidas
2 xícaras de farinha de trigo
2 ovos
2 colheres de salsinha picada
Sal (o suficiente)
1 colher (sobremesa) de fermento em pó
Óleo para fritar

Modo de Preparo

Ferver as cascas de batata e bater no liquidificador. Colocar a massa numa tigela, acrescentar os ovos, a farinha, o sal e o fermento. Misturar bem. Aquecer o óleo e fritar os bolinhos às colheradas.

Torta de arroz

Ingredientes

Massa:

– 4 xícaras de arroz cozido
– 1 xícara de iogurte natural
– 4 ovos
– Sal e noz moscada a gosto (se preferir acrescente 1/4 de cebola para dar um sabor especial à massa)

Recheio:

– 500g de carne moída
– 1/2 xícara de extrato de tomate
– Alho e cebola à gosto
– Sal e pimenta do reino à gosto
– Azeite para refogar

Modo de fazer

– Bata os ingredientes da massa no liquidificador.

– Tempere a carne moída com sal e pimenta. Refoque o alho e a cebola no azeite, junte o extrato de tomate e deixe cozinhando em fogo baixo por 20 minutos. Acerte os temperos e reserve.

– Em uma assadeira média untada e enfarinhada, coloque metade da massa, distribua o recheio e cubra com o restante da massa. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180º até estar firme no centro.

Dica: congele as sobras de arroz, assim você não precisa ter pressa para reaproveitá-las.

Gostou? Então compartilhe com a gente outros saborosos pratos de reaproveitamento. Escreva a sua receita em um comentário abaixo!!


Nem todo lixo é lixo

Depois de muitas dicas para não produzir tanto lixo e assim poupar o meio ambiente, agora é a vez de você aprender a reutilizar o material que produz. Abaixo, mostramos algumas ideias, que são completamente fáceis de serem colocadas em prática.

São elas:
Porta canetas de copos plásticos
Luminária de chapéu de praia velho
Estante de caixotes de feira
Horta vertical de garrafas pet
Mini estante de caixotes de feira
Luminárias de potinhos velhos
Estante de caixote de feira
Pá de vasilhas de produtos de limpeza
Horta com rolos de papel higiênico
Cofre de garrafa pet
Cama para o cachorro de caixote de feira
Mural de fotos com barbante e prendedor de roupa
Vassoura de garrafas pet

Fora a grande variedade de brinquedos que podem ser feitos com material reciclado =)

Ajudar o meio ambiente está em suas mãos

Você já parou para pensar nos impactos ambientais causados pela abertura de um aterro sanitário, os quais só são criados para depositar o que já não lhe é mais útil? Neste contexto você pode ajudar Curitiba. Já pensou que pode fazer isso sem sair de casa e utilizando resíduos até então sem nenhum valor? Que tal reduzir e reaproveitar os resíduos orgânicos? Além de ajudar o meio ambiente, você estará contribuindo para a redução de resíduos orgânicos que são enviados aos aterros sanitários. Dessa forma você irá aumentar a vida útil dos mesmos e ainda transformá-los em algo útil como adubo.

Neste vídeo, a engenheira ambiental Juliana Moraes ensina a fazer uma compostagem domiciliar. Observe e faça você mesmo!

Se você ainda ficou com alguma dúvida, nossa engenheira fala um pouco mais sobre o processo.

1. O que é compostagem?
É a produção de adubo, a partir de restos de comida (resíduos orgânicos). Como resultado obtém-se o adubo orgânico.

2. Para que serve e quais são as melhorias para o solo que recebe o composto?
Duas são as formas de se adubar o solo. A primeira, que são os fertilizantes, é prejudicial ao solo se usada em grandes proporções e por ser sintética. A segunda é por meio de adubos orgânicos, que são os compostos feitos com restos de comida que além de não custarem nada, ajudam a promover a manutenção da fertilidade do solo, aumentando a produtividade, evitando erosão causada pelas chuvas e ventos e disponibilizando nutrientes encontrados nos restos de alimentos.

3. Onde pode ser usada?
Por se tratar de uma compostagem domiciliar pode ser utilizada em hortas grandes ou pequenas e jardins.

4. Quais são os materiais necessários?
– Um recipiente, de preferência aerado (com furos), pois assim haverá o controle do aumento excessivo da temperatura do composto;
– Jornal, para absorver eventuais líquidos que possam resultar do processo de decomposição da matéria orgânica, servindo também como indicador do pH;
– Copo com água, para ser colocado no composto;
– Luvas de borracha;
– Folhas secas (cabe ressaltar que existem outras formas de se realizar o composto, podendo ser com a utilização de terra);
– Restos de comida: cascas de frutas, legumes, vegetais, feijão, arroz, batata, cascas de ovo, borra de café, entre outros. Deve-se evitar: gorduras, doces e carnes (peixe, frango e gado) uma vez que são de difícil degradação.

5. Como montar?
Revista o recipiente aerado com o jornal. Após coloque uma camada de folhas secas, uma camada de comida e outra camada de folhas. Para cada medida de restos de comida coloque cinco vezes o volume em folhas secas. O material orgânico deve ser triturado ou cortado em pequenos pedaços para uma melhor uniformidade e decomposição dos mesmos. De dois em dois dias adicione cerca de dois copos de água e revolva bem o material. Isso até a terceira semana. Depois deixe o material em descanso e adicione ao solo depois de 45 dias aproximadamente.

6. Manutenção
A cada dois dias misture o material. A cada cinco dias coloque dois copos de água. Após três semanas da montagem deixe o material descansar.

7. Solução de eventuais problemas
Adicione folhas se a tinta do jornal desbotar, ou se se o composto emitir odores desagradáveis ou se houver chorume no composto. Adicione água se a temperatura estiver muito alta (presença de fumaça quando o composto é revolvido) ou se o composto estiver muito seco.

8. Por que o composto aquece?
O processo de decomposição da matéria orgânica libera calor, é uma reação exotérmica. Isso significa que o processo de decomposição dos alimentos está ocorrendo de forma eficiente.

9. Por que tem que colocar água e revolver o material?
A temperatura do composto não pode atingir mais do que 60/70° se não poderá ocorrer o apodrecimento do mesmo. Para evitar isso, é necessário controlar a temperatura com a adição de água.

10. Pode-se colocar restos de comida diariamente?
Não, pois assim o processo de decomposição estaria sempre iniciando, nunca chegaria a sua forma estável. O ideal é armazenar comida durante um período.

11. Quanto tempo depois de iniciado o processo o composto fica pronto?
Aproximadamente 45 dias.

12. Em que local da casa deve-se deixar o composto?
De preferência um local coberto e protegido da chuva e do sol. Ou mesmo no jardim, a menos que o recipiente seja fechado.

13. Tem cheiro?
Não.

14. Atrai algum tipo de inseto?
Eventualmente pode atrair pequenos insetos como a mosca da banana.

15. Tem como acelerar o tempo de preparo do composto?
Existe algumas maneiras. Uma delas é picar bem os alimentos antes de colocá-los no sistema. Outra possibilidade é o uso de minhocas californianas.

16. Qual é o custo do sistema?
Se você já disponibiliza de algum recipiente como, por exemplo, um galão de água vazio, um cesto de roupa suja, um balde, uma caixa de feira ou uma caixa de papelão o sistema não terá custo algum. Os demais itens como restos de comida, água, luva e jornal são de usos diários em uma residência.

17. O que tem haver com a preocupação ambiental?
Nós como população, podemos trabalhar na fonte do problema, que neste caso é a grande quantidade diária de lixo que é enviada ao aterro sanitário. Podemos cooperar reduzindo a quantidade que sai de nossas casas. Afinal, aterros sanitários e lixões são criados para destinar o que já não nos é mais útil e causam diversos impactos ambientais negativos.

18. O que o município pode fazer para melhorar a questão da enorme quantidade de resíduo orgânico que é mandado diariamente ao aterro sanitário?
Pensar no resíduo orgânico como possibilidade de retorno financeiro. A título de conhecimento, cabe ao aterro sanitário da cidade contar com usinas de triagem e compostagem e também a geração de energia elétrica por meio da captura do metano que é liberado pelo processo de decomposição da matéria orgânica.

Reportagem
Grazieli Teixeira

Lixo ou doação? Resolva essa questão…

Quantas vezes depois daquela super arrumação no guarda-roupa separamos várias coisas que não usamos mais e não sabemos o que fazer com elas? Doar? Mas para quem? Lixo? Mais será que alguém não poderia aproveitar? Apenas guardar em outro lugar? Oh, dúvida. Você acha que tudo estará resolvido depois que a faxinar terminar, mas não é bem assim. É importante também encontrar o destino certo que seus (futuros ex-)pertences irão tomar. Afinal de contas, apenas guardar em outro lugar da casa não pode ser uma opção de escolha.

Para começar, esclarecemos que todo tipo de material (tá bom, quase todo, não vão querer doar coisas ilícitas como drogas, né?) pode ser doado desde que esteja em plenas condições de uso. Podem ser roupas, cobertores, alimentos, móveis, livros, brinquedos, material de construção, eletrodomésticos, material de primeiros socorros,  fraldas descartáveis novas (infantil e geriátrica), computadores e equipamentos de informática, entre muitos outros.

Certo. Já sabemos o que pode ser doado. Mas será que o que eu tenho em casa está “em condições de uso”? O coordenador do Conselho de Logística e Materiais do programa Ciranda de Pais, Delmar Francisco Silva, dá a dica. “Doar não é dar para alguém algo que você sabe que tem que ir pro lixo, mas tem pena de jogar fora”, aconselha. Logo, materiais como roupas rasgadas e sujas, móveis quebrados e livros rasgados não devem ser doados. O destino correto desses materiais é o LIXO, se possível o reciclável.

Isso se deve ao fato de que a maioria das instituições sociais que se encarregam de entregar as doações  não têm estrutura para lavar ou consertar esses materiais. Além de que, não é porque as pessoas não tem condições de comprar roupas novas que elas vão se sentir bem andando com roupa (rasgada, suja…) que não é do agrado de ninguém.

Doações são recursos muito importantes para a maioria das entidades sociais porque, muitas vezes, elas utilizam o atrativo material, de doar alguma coisa, em um primeiro momento, para “fisgar” as famílias que estão à margem da sociedade e para trazer a elas dignidade por meio da participação em  projetos sociais.

É fundamental destacar que sempre existem muitas pessoas dispostas a doar algo em datas comemorativas como natal, páscoa, dia das crianças… Mas as pessoas que precisam de ajuda necessitam de colaboração o ano todo. “A verdadeira doação deve ser continuada. Melhor ajudar várias vezes ao ano, com pouca coisa, do que uma vez com exagero”, alerta Delmar.

E não saber para quem doar não pode mais ser desculpa. Existem muitas instituições aqui em Curitiba e na Região Metropolitana que sempre precisam de doações. No lado direito nosso blog você encontra uma lista com os contatos de vários desses locais no link “Instituições Sociais”. Sem falar nos pedidos de doações que são publicados no blog e podem ser encontrados no link “Doações”. As entidades, geralmente, mantêm um lugar de coleta de doações e algumas até mesmo buscam o material aí na sua casa.

Confira as dicas de doação de cada tipo de material:

ROUPAS E COBERTORES: Devem estar sem rasgos ou defeitos, limpos e dobradas.

ALIMENTOS: Embalagens fechadas e dentro do prazo de validade.

MÓVEIS: Se está quebrado jogue no lixo, de preferência o reciclável. Todos os móveis, sejam eles sofá, cama, armário, pia, mesa e cadeira, têm que estar completo (com todas as partes) e em condições de uso.

LIVROS: Com todas as páginas e sem resuras. Preferência para livros infantis.

BRINQUEDOS: Sem peças soltas ou quebradas. Se não é seguro para o seu filho, também não é seguro para os filhos de outras famílias.

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO: Deve ser encaminhado para casos específicos em que o material é realmente necessário. Alguns materiais usados podem ser doados, desde que ainda estejam em condições de serem reaproveitados.

ELETRO, ELETRÔNICA E INFORMÁTICA: Somente em funcionamento e com voltagem compatível (110V).

FRALDAS E PRIMEIROS SOCORROS: Somente material novo.

Reportagem
Daiane Rosa

Colaboração
Delmar Francisco Silva